Não existe fórmula mágica para inovação, infelizmente não tem receita de bolo para criar algo novo. Mas vale a pena refletir um pouco sobre como funciona o pensar “o novo”. Para isso, é preciso tentar compreender a natureza humana e as coisas que orientam o nosso pensamento, que determinam as nossas ações.
Existe uma discussão clássica sobre o que influência o nosso comportamento diante deste mundo: alguns filósofos apresentam a cultura como processo de construção do indivíduo e determinante em sua personalidade (tabula rasa), outros afirmam que o homem já nasce com predisposições, com sentimentos e estímulos inatos os quais iriam “aflorando” à consciência, tornando o indivíduo refém do arranjo genético que ele traz.
Não vou entrar no mérito desta discussão, até porque creio que muito do conteúdo cultural é resultado da força da própria natureza em nós. Mas é certo que vivemos imersos em uma cultura que partilhamos, que nos faz ter uma interpretação do mundo ao nosso redor, criamos assim os contextos.
O contexto é o fruto de um encadeamento de pensamentos, é resultado das impressões que temos de tudo ao nosso redor no momento em que ocorre (ou seja, é a interpretação determinada a um espaço e tempo).
Ele é um dos elementos mais importante no processo de construção das idéias. Para pensar “o novo” ele se apresenta como uma enorme barreira que você precisa saltar, mas é também o trampolim que vai oferecer impulso para seu salto.
Barreira porque ele é essa corrente que nos prende ao chão, que nos faz pensar exatamente igual às pessoas que nos cercam e agir de modo semelhante a elas (comportamento de rebanho). Deixa-me ilustrar com exemplos: Quando estamos em uma igreja, agimos conforme o ambiente, falamos baixinho, ficamos mais introspectivos. Isso porque fazemos uma leitura do ambiente e tacitamente compreendemos o código do local. Diferente, por exemplo, de um campo de futebol – lá gritamos, xingamos, agimos de uma forma que normalmente não agiríamos se estivéssemos sozinhos –. E em nossa vida profissional não somos diferentes, somos tendenciosos a pensar e agir como os outros profissionais, seguimos a corrente de pensamento já preexistente.
Por isso, é precisa fazer o exercício de pensar diferente dos outros, mais ou menos o que ilustra a imagem do início do texto, você precisa sair do lugar-comum, dar um salto para o diferente. Se todo mundo estiver diminuindo o preço de seu serviço para atrair cliente, faça diferente, crie alternativas inusitadas.
Todavia o contexto pode servir também como trampolim para o seu salto. É preciso ser observador, analisar as ações dos outros profissionais, estudar o comportamento rotineiro do mercado. Não despreze o que já está posto, afinal, para você criar algo novo precisa ter referências porque senão você cria de novo o que já existe.
Observação é a base para inovação. Tenha sempre “aflorado” o senso crítico, se pergunte a toda hora se o que está aí é mesmo o melhor, ou se é a melhor forma de se fazer. Observe os seus clientes, seus concorrentes. Comece a se colocar no lugar deles, entregue-se à imaginação, imagine como as coisas poderiam ser se fossem feitas de forma diferente, ou até mesmo se não fossem feitas. Não se deixe ser conduzido pelo contexto, mas use-o como impulso para o seu salto.
Desta forma, existe uma grande possibilidade de você criar algo novo, você estará forçando o seu cérebro a sair do automático. Inclusive o grande inimigo da criatividade é o automatismo que criamos e alimentamos no dia-a-dia de nosso trabalho, talvez seja a correria, a pilha de tarefas que temos diariamente, que nos impede pensar diferente.
Por isso não existe fórmula mágica para inovação, ela é dinâmica e não pode ficar presa a meras regras preestabelecidas. Inovar é questão de postura, é preciso se posicionar com mente aberta diante das coisas, observar o mundo e se entregar à imaginação.
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Bem pessoal, como diria Seu Jorge e a Ana Carolina: “ É isso aí”…
Abraço a todos e até a próxima…
Ed
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Puxa vida, concordo muito com tudo que aqui esta descrito, parabéns Ed!
Obrigado Ana!! Um grande abraço!!!